Fez ontem sete anos que o FCPorto ganhou a taça UEFA no jogo sofrido de Sevilha.
Durante todo o jogo sofri, ao lado do meu pai, como nunca tinha sofrido antes por nada. No final do jogo, rouco e quase sem dedos para roer, de olhos molhados, lá fomos aos Aliados para as merecidas celebrações. Lá, muito se falava da possibilidade das portas do estádio serem abertas para os adeptos receberem a equipa.
Sem nenhum género de confirmação lá fomos e era verdade. As portas das Antas, já com sentença de morte assinada, estavam abertas. As bancadas foram enchendo de gente e o relógio não andava para trás. Uma quinta-feira e às 4 da manhã estariam lá, a estimar por baixo para não abusar, umas 20 mil pessoas. Gente boa. Famílias completas. Gente que ocasionalmente fazia as contas ao sono e à hora de entrada perguntando a quem quisesse calcular se valia a pena ir à cama.
Lá para as 4:30 chega a equipa. Atarantados pela massa de público e pelo tardio da hora mal falavam. Estavam aparvalhados a olhar para as bancadas que se atiravam para o relvado da única maneira que sabemos e podemos. Eu e o meu pai lá no meio, a ganhar uma história para contar.
Muito justamente se falou do jogo e dos adeptos que foram a Sevilha com aquele calor infernal e em enorme desvantagem numérica frente aos escoceses do Celtic e pouco se falou dos valentes que às 5 da manhã iam lentamente a pé pela Rua Fernão Magalhães (a Rua da Protectora dos Animais já estava fechada por causa das obras do Dragão) cheia de gente nas varandas a saudar em robe e chinelos.
Ninguém falou de mim e do meu pai que tínhamos enterrado um ano antes o louco que nos pegou a doença azul, o meu avô, que se fosse vivo havia de lá ter estado a chorar como só ele fazia.
No dia seguinte as enormes olheiras e bocejos. No dia seguinte só eu entre os meus colegas para contar a história daquela madrugada no estádio que só me deu 2 horas de cama.
Todas estas coisas têm a mão do Mourinho e por isso mesmo, salvo enorme tragédia ou estupidez dele, estou sempre do lado dele. Tenho-lhe essa dívida de gratidão.
Durante todo o jogo sofri, ao lado do meu pai, como nunca tinha sofrido antes por nada. No final do jogo, rouco e quase sem dedos para roer, de olhos molhados, lá fomos aos Aliados para as merecidas celebrações. Lá, muito se falava da possibilidade das portas do estádio serem abertas para os adeptos receberem a equipa.
Sem nenhum género de confirmação lá fomos e era verdade. As portas das Antas, já com sentença de morte assinada, estavam abertas. As bancadas foram enchendo de gente e o relógio não andava para trás. Uma quinta-feira e às 4 da manhã estariam lá, a estimar por baixo para não abusar, umas 20 mil pessoas. Gente boa. Famílias completas. Gente que ocasionalmente fazia as contas ao sono e à hora de entrada perguntando a quem quisesse calcular se valia a pena ir à cama.
Lá para as 4:30 chega a equipa. Atarantados pela massa de público e pelo tardio da hora mal falavam. Estavam aparvalhados a olhar para as bancadas que se atiravam para o relvado da única maneira que sabemos e podemos. Eu e o meu pai lá no meio, a ganhar uma história para contar.
Muito justamente se falou do jogo e dos adeptos que foram a Sevilha com aquele calor infernal e em enorme desvantagem numérica frente aos escoceses do Celtic e pouco se falou dos valentes que às 5 da manhã iam lentamente a pé pela Rua Fernão Magalhães (a Rua da Protectora dos Animais já estava fechada por causa das obras do Dragão) cheia de gente nas varandas a saudar em robe e chinelos.
Ninguém falou de mim e do meu pai que tínhamos enterrado um ano antes o louco que nos pegou a doença azul, o meu avô, que se fosse vivo havia de lá ter estado a chorar como só ele fazia.
No dia seguinte as enormes olheiras e bocejos. No dia seguinte só eu entre os meus colegas para contar a história daquela madrugada no estádio que só me deu 2 horas de cama.
Todas estas coisas têm a mão do Mourinho e por isso mesmo, salvo enorme tragédia ou estupidez dele, estou sempre do lado dele. Tenho-lhe essa dívida de gratidão.
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