Lembro-me de, em pequeno, fazer a viagem de minha casa aos aliados pela única via que existia e que congestionava a uns 10 kms do centro do Porto. Durante todo o caminho ia de janela aberta à espera que quem estava do lado de fora desse sinal de notar que eu ia à janela com a bandeira ou o cachecol ao vento. Dizerem "viva o Porto" ou "somos campeões" à minha passagem era como ganhar outro campeonato.
Ontem, agora que há vias modernas que em cinco minutos me deixam no centro, sem trânsito nem passeios onde as pessoas se possam juntar a festejar ia a pensar que a euforia esmorece com a idade e já não vou de cabeça de fora à procura de quem repare em mim.
Foi num semáforo que paramos, vidro aberto até baixo, e os olhos envergonhados de um rapaz com uns 10 anitos pregados em mim através da janela do autocarro que o levava na mesma direcção. Boca escondida no cachecol.
Acenei-lhe e fiz-lhe sinal de 4 com a mão.
O sorriso dele, como despontou do cachecol e se mostrou lá em cima, foi, para mim, ganhar outro campeonato.
Ontem, agora que há vias modernas que em cinco minutos me deixam no centro, sem trânsito nem passeios onde as pessoas se possam juntar a festejar ia a pensar que a euforia esmorece com a idade e já não vou de cabeça de fora à procura de quem repare em mim.
Foi num semáforo que paramos, vidro aberto até baixo, e os olhos envergonhados de um rapaz com uns 10 anitos pregados em mim através da janela do autocarro que o levava na mesma direcção. Boca escondida no cachecol.
Acenei-lhe e fiz-lhe sinal de 4 com a mão.
O sorriso dele, como despontou do cachecol e se mostrou lá em cima, foi, para mim, ganhar outro campeonato.
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