Devido aos comportamentos terroristas dos rebeldes da Mauritânia não estão recolhidas as condições de segurança para que o rali por lá passe este ano.
Lá se vai o meu programa para Janeiro... Todos os anos parava tudo para ver os resumos diários e agora nada.
É também mais um símbolo da mudança que o mundo desportivo sofreu nos últimos anos. Lembro algumas histórias dos primeiros anos do Dakar quando Thierry Sabine dizia no briefing inicial que não havia a certeza que todos saíriam vivos dali, lembro alguns motards contarem que se perdiam dias inteiros no deserto e tinham de racionar a água para sobreviver. Relembro uma história contada por um antigo piloto português no ano passado que viu membros da organização da prova a negociar a passagem da caravana por determinado país com os rebeldes no próprio dia em que lá chegaram!
O mundo mudou e na realidade, por mais doido por desporto que eu seja, tenho de admitir que não vale a pena morrer pelo desporto... Principalmente se os riscos inerentes são postos por elementos externos à competição.
Pelo que vejo e analiso à distância parece-me que a organização foi demasiado inflexivel e dá-me a impressão que não estão a contar a história toda... Algo de maior pairou sobre a organização. Desde um atentado em grande escala até chantagem por parte do governo francês já me passou tudo pela ideia. A verdade é que a ninguém interessava mais que a prova seguisse em frente do que à própria organização.
O futuro é agora algo negro... Uma competição ser cancelada no dia anterior ao seu ínicio já com todos os mecanismos em movimento pode significar um rombo grande demais para a organização.
Resta-nos esperar por mais desenvolvimentos.
Deixo um grande e forte cumprimento aos pilotos portugueses e suas equipas, veteranos ou novatos, que se estavam a preparar para um ano em grande.
Para o ano haverá mais...
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