segunda-feira, 27 de julho de 2009

A triste lembrança do heroísmo

Os pilotos de automóveis sempre foram tidos como heróis pelo simples facto de desafiarem a morte a bordo de um "animal" que nem sempre se deixa domar.
A popularidade da Fórmula 1 desceu quando desceram a quantidade de mortes porque nesse momento os homens desceram do pedestal de heróis e vulgarizaram-se. Com a maior segurança do habitáculo e com a abundância de tecnologia que controla o carro para lá do controlo do piloto acabaram felizmente os acidentes mortais mas ninguém e muito menos os pilotos afirmarão que essa possibilidade não existe.

Há uma semana atrás morreu Henry Surtees de 19 anos, filho do lendário John Surtees e a amarga ironia logo foi notada pelos fans de corridas. O pai correu e foi campeão nos campeonatos do mundo de motociclos e Fórmula 1 sendo, ainda hoje, o único piloto a conseguir esse feito numa época em que morriam 3 a 4 pilotos por ano. John ainda é vivo mas o seu filho, que competia neste "novo mundo" das corridas seguras, morreu no Domingo, 19 de Julho, vitimado por um pneu que ao soltar-se do carro de um colega acidentado o atingiu na cabeça.

Felipe Massa foi atingido por uma mola, terá sido essa a sua sorte no meio do azar. Em príncipio não haverão danos cerebrais mas a visão terá de ser reavaliada para descobrir se a sua carreira pode continuar.
Felipe é um herói como o são todos os seus companheiros, actuais e passados, que para gáudio das multidões arrisca a morte sentindo nos ombros o peso do sangue que por quilómetros tantos já foi deixado. É esse desafio que os torna famosos e admirados.
Por essa coragem desejo as melhoras e um regresso breve às pistas como sempre ou ainda melhor.
Força Felipe!

2 comentários:

AnaD disse...

As vezes acho que há gente que acredita que o que aqueles pilotos fazem é banal. A F1 e o desporto em geral estão mais seguros é certo, mas a não ser que se fechem em casa a jogar playstation não conseguem eliminar todos os riscos, e acho que nem mesmo assim.

O acidente de Surtees é trágico e de uma certa forma irónico, esperemos que sirva para que não se tome levianamente esta profissão como segura, há dois anos Kubica mostrou-nos que estamos no bom caminho, mas por mais que me custe e até tremo só de pensar, mais tarde ou mais cedo vamos voltar a ter uma morte nesta categoria onde correm estes pilotos que, como disse no meu tasco, "são mais que homens mas não são deuses".

Quanto ao Massa, piloto que o ano passado me fez dar o braço a torcer, espero que recupere totalmente e rapidamente, mas esta temporada já estava perdida mesmo pelo que o melhor é um recuperação total e sem pressas. Não é a mesma coisa, eu sei, mas olhemos o Webber, aqui há uns meses a sua carreira estava em risco, e hoje tá a caminho de lutar pelo campeonato (I hope).

Força Felipe

NM disse...

Por acaso aquando do acidente do Kubica pensei inicialmente que pronto, já temos o carro perfeito!
Mas depois vi melhor as fotos e lá estavam os pezinhos dele.
O problema é que nos fórmulas a cabeça vai de fora. Sempre que vejo um carro a capotar por cima de outro cerro os dentes de susto... uns centímetros acima ou abaixo e não há HANS que aguente.

E sim... o renascer de gente como o Webber e o Button é a mostra que este desporto está num dos seus melhores anos. Para o ano volta tudo à normalidade aborrecida dos big guys gastarem balurdios a esmagar os pequenitos... Até lá bora lá torcer pelos "pequenitos" e pelo regresso em pleno do Massa.