terça-feira, 12 de agosto de 2008

Mãe, eu já não sou quem era. Agora tenho a minha guerra...

A abertura da canção "Canção da canção da lua" do Manel Cruz resume tudo aquilo que temos de nosso e do nosso outro tempo. E da desilusão que causamos nos nossos por não sermos sempre pequenas crianças sem sonhos de grandeza.
Ou nas palavras escritas de um mail que me enviaram anteontem, com parte de um poema que eu pensava perdido pelos livros de escola:

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
(...)

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas - doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado -
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
no tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Álvaro de Campos


De tal maneira que a vida tem esta particularidade, de sermos educados para a grandeza pelos nossos grandes heróis de sempre para depois não cabermos dentro deles e virarmos costas para a nossa "luta privada".
Calculo que eles o saibam desde o início...

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